quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Serenidade...

















Nestes tempos adversos busco tranquilidade...pinto pela noite dentro, em busca de paz! A PAZ que nos falta...bombardeados diariamente que somos com esta CRISE! CRISE! CRISE!Já não suporto mais! Até quando!? Sinto-me numa tempestade medonha, tentando remar contra uma maré que teima em não acalmar NUNCA!

Esgotada que estou...refugio-me na pintura, ao som da música, qual psicanálise...preciso disto como do O2 que respiro...apetece-me ficar assim...alienada deste MUNDO, que eu não quero!

O Mundo anda de candeias às avessas...e depois...no meio desta "verborreia" toda a que somos submetidos...(a pedinchisse do governo para pouparmos...como!? se somos roubados a olhos vistos!).

Roubados???? Sim, roubados...basta ler a imprensa e...et voilá...desta vez foi um administrador dum banco que se pirou com a nossa massa...ai ai avózinha, quando tu dizias..." se deixamos a albarda do burro ir para a barriga, nunca mais a endireitamos!".

A albarda já anda na barriga do burro há muito tempo, o mar continua revolto...e nós, nós que puxamos a manta para tapar a cabeça ficamos com os pés de fora...e se tapamos os pés destapamos a cabeça...como se sai disto? Como?

"...Eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada" Volta Zeca Afonso...até parece que acabaste de escrever isto hoje!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Trilogia...de mulheres!














A minha vida numa trilogia...três mulheres...e eu sempre no meio delas.

Representei em tela eu e as minhas filhas, ou ainda, minha mãe e as suas filhas...

Tento fazer desta trilogia uma perfeita harmonia...em afecto e dedicação, sempre presente em qualquer momento, os bons e os menos bons momentos. Momentos de que é feita a vida...
Reservo-me o direito das reticências, também elas a deixarem perceber mais qualquer coisa...coisas da vida!

Não quis fazer um post lamechas, não é a minha filosofia de vida, mas sim explicar que a trilogia da minha vida está sempre presente, nas coisas mais simples, por exemplo...num arranjo de flores...três bastam-me para iluminarem um qualquer recanto da casa...apanho-as no campo, silvestres e dou-lhes forma, energia positiva,...faço um ikebana! Três folhas e três flores...somos nós, sempre nós, as da tela!

Mas cá p'ra nós que ninguém nos oiça, as da tela estão a precisar de tratamento num qualquer SPA, é que alguma elegância fica sempre bem em qualquer lado, poderia tê-las vestido de preto...parafraseando a nossa saudosa Ivone Silva..."com o meu vestido preto eu nunca me comprometo".

Unhais-o-Velho vestiu-se de branco....continuação...


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Unhais-o-Velho vestiu-se de branco...continuação...










A ribeira...segue a caminho da Barragem de Sta. Luzia

Unhais-o-Velho vestiu-se de branco...














Sempre linda a minha aldeia...seja de branco vestida...qual noiva, à espera do seu amado, seja de verde manto renovada...é assim a Natureza, pura e simples...os ciclos repetem-se...e ela, a minha aldeia é sempre bela.

Obrigado primo Carlos pela gentileza das fotos...que te "roubei".
Para ti vai um beijinho

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Sorriso...












O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Se tu me esqueces...















Se tu me esqueces

Quero que saibas
uma coisa.

( (...) )

Ora bem,
se a pouco e pouco deixas de amar-me,
deixarei de amar-te a pouco e pouco.
Se de repente me esqueceres,
não me procures,
que já te haverei esquecido.

( (...) )

Mas se em cada dia,
em cada hora,
sentes que a mim estás destinada
com doçura implacável.
Se em cada dia em teus lábios
nasce uma flor que me procura,
ai, meu amor, ai, minha,
todo esse fogo em mim se renova,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor do teu amor se nutre, amada,
e enquanto viveres continuará nos teus braços
sem abandonar os meus.


Pablo Neruda


Os meus hibiscos, liláses, sempre belos como belo é este poema de Amor!

Fernado Pessoa...sempre


















O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Estamos assim...com este tempo

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Amigos....














A gente não faz amigos, reconhece-os

Vinicuis de Moraes

O amor que eu sinto...por vocês



















Arma secreta

Tenho uma arma secreta
ao serviço das nações.
Não tem carga nem espoleta
mas dispara em linha recta
mais longe que os foguetões.

Não é Júpiter, nem Thor,
nem Snark ou outros que tais.
É coisa muito melhor
que todo o vasto teor
dos Cabos Canaverais.

A potência destinada
às rotações da turbina
não vem da nafta queimada,
nem é de água oxigenada
nem de ergóis de furalina.

Erecta, na noite erguida,
em alerta permanente,
espera o sinal da partida.
Podia chamar-se VIDA.
Chama-se AMOR, simplesmente

António Gedeão

Amor...é também a minha Arma Secreta

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

As cores da Paixão....













Quando o sangue começa a ferver, é tolice desligar o coração

Nelson Mandela

Quero contar-te um segredo....

A fumar...de frio




Hoje, tal como este pássaro da foto também fumo...de frio.

Bugio...













O rio que tudo arrasta
Dizem que é violento
Mas ninguém diz violentas
As margens que o comprimem

Bertolt Brecht

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Tá um frio de rachar.....














Não há estrelas no céu

Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho
Por mais amigos que tenha sinto-me sempre sozinho
De que vale ter a chave de casa para entrar
Ter uma nota no bolso pra cigarros e bilhar

A primavera da vida é bonita de viver
Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar
Parece que o mundo inteiro se uniu pra me tramar

Passo horas no café sem saber para onde ir
Tudo à volta é tão feio só me apetece fugir
Vejo-me há noite ao espelho, o corpo sempre a mudar
De manhã ouço o conselho que o velho tem pra me dar

A primavera da vida é bonita de viver
Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar
Parece que o mundo inteiro se uniu pra me tramar

Ando aí às escondidas, a espreitar às janelas
Perdido nas avenidas e achado nas vielas
Veio o meu primeiro amor, foi um trapézio sem rede
Sai da frente por favor estou entre a espada e a parede

Não vês como isto é duro, ser jovem não é um gosto
Ter de encarar o futuro com borbulhas no rosto
Porque é que tudo é incerto, não pode ser sempre assim
Se não fosse o rock 'n roll o que seria de mim

A primavera da vida é bonita de viver
Tão depressa o sol brilha como a seguir está a chover
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar
Parece que o mundo inteiro se uniu pra me tramar

Não há estrelas no céu
Estrelas no céu
Estrelas no céu (não há)
Estrelas no céu (não há)
Estrelas no céu

Rui Veloso

Hoje é esta a minha música

Não sinto as mãos...não sinto os pés...o gorro enfiado até ao pescoço...encaracolo-me para aquecer...até fico marreca, sim sim, marreca de tanto frio...este frio que corta!!!!
Os dias gelados e curtos, mais a catrefada de agasalhos, parecemos o boneco da Michelin...
Detesto o Inverno! Parece que o mundo inteiro se uniu pra me tramar...
Esta foto é do Polo Norte...e é este o meu estado de espírito. Parece que estou no Polo Norte!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Lágrima de Preta...


Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

(António Gedeão)

O meu poeta favorito.
O quadro que ilustra este belo poema é de Malangatana.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Ode ao Gato...SÁSSÁ














Ode ao Gato


Os animais foram imperfeitos, compridos de rabo, tristes de cabeça.


Pouco a pouco se foram compondo, fazendo-se paisagem, adquirindo pintas, graça, vôo.
O gato, só o gato apareceu completo e orgulhoso: nasceu completamente terminado, anda sozinho e sabe o que quer.

O homem quer ser peixe e pássaro a serpente quisera ter asas, o cachorro é um leão desorientado, o engenheiro quer ser poeta, a mosca estuda para andorinha, o poeta trata de imitar a mosca, mas o gato quer ser só gato e todo gato é gato do bigode ao rabo, do pressentimento à ratazana viva, da noite até os seus olhos de ouro.

Não há unidade como ele, não tem a lua nem a flor tal contextura: é uma coisa só como o sol ou o topázio, e a elástica linha em seu contorno firme e sutil é como a linha da proa de uma nave. Os seus olhos amarelos deixaram uma só ranhura para jogara as moedas da noite.

Oh pequeno imperador sem orbe, conquistador sem pátria mínimo tigre de salão, nupcial sultão do céu das telhas eróticas, o vento do amor na imterpérie reclamas quando passas e pousas quatro pés delicados no solo, cheirando, desconfiando de todo o terrestre, porque tudo é imundo para o imaculado pé do gato.

Oh fera independente da casa, arrogante vestígio da noite, preguiçoso, ginástico e alheio, profundissimo gato, polícia secreta dos quartos, insignia de um desaparecido veludo, certamente não há enigma na tua maneira, talvez não sejas mistério, todo o mundo sabe de ti e pertence ao habitante menos misterioso, talvez todos acreditem, todos se acreditem donos, proprietários, tios de gatos, companheiros, colegas, díscipulos ou amigos do seu gato.

Eu não. Eu não subscrevo. Eu não conheço o gato. Tudo sei, a vida e seu arquipélago, o mar e a cidade incalcullável, a botânica, o gineceu com os seus extrávios, o pôr e o mesnos da matemática, os funis vulcânicos do mundo, a casaca irreal do crocodilo, a bondade ignorada do bombeiro, o atavismo azul do sacerdote, mas não posso decifrar um gato. Minha razão resvalou na sua indiferença, os seus olhos tem números de ouro.



Pablo Neruda


O nosso Sássá na foto...a caminho dos 13 anos!

Lindo, inteligente, super meigo e muito fofinho.