sexta-feira, 6 de junho de 2008

Também quero abrir a janela!













Abrir a Janela

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o munda lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Alberto Caeiro, Ficções do Interlúdio

Esta janela/rosa da casa da aldeia tem inscrito o ano de 1885!
Esta não se abre...mas tem muitas para abrir, e daí vemos os campos e a ribeira, as árvores e as flores e a vida toda a fervilhar lá fora...não queremos caves!

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