Soneto quase inédito
Em memória de Aurélio Cunha Bengala
Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
JOSÉ RÉGIO
Soneto escrito em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.
De 1969 a 2010, mais do mesmo, tal e qual como nos nossos dias...e assim vamos indo a caminho da "banca rota".
Esta cambada de iluminados/políticos/governantes a quem estamos irremediavelmente entregues, onde a corrupção é palavra de ordem, já nos venderam a alma ao diabo, a troco de tanto gamanço e como se não bastasse atiram-nos com o PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento = Plano Encapuçado de Coimas), para que o povo PAGUE a CRISE!!!!
Já não se aguenta mais isto...e nós a vermos sem nada fazermos...
Vou virar Robin dos Bosques e levo sérias vantagens sobre os supracitados do gamanço...é que vou sacar-lhes a nossa "massa" p'ra dividir com o povo...
Já Canta Sérgio Godinho em
LIBERDADE, e eu estou com ele...
...
"A paz, o pão
habitação
saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir"